ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO PLANALTO MÉDIO

Pautas regionais são apresentadas na Missão Municipalista em Santo Ângelo

Representantes da Amuplam repassaram demandas, principalmente, em infraestrutura, em relação ao meio ambiente e na área educacional (Fotos: AI Famurs/Reprodução)

Prefeitos, prefeita, vices e demais representantes da Associação dos Municípios da Região do Planalto Médio (Amuplam) entregaram na sexta-feira, 12, um documento com pautas regionais aos membros da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A entrega foi realizada durante a Missão Municipalista, evento da Famurs ocorrido em Santo Ângelo, contando com representantes das regiões da Amuplam e da Associação dos Municípios das Missões (AMM).

Além da entrega das demandas, o evento também contou com painéis abordando temas importantes previamente elencados pelas associações dos municípios. Na área ambiental, a principal reivindicação foi sobre reserva legal e licenciamentos ambientais. Nesse ponto, a engenheira agrônoma e chefe da Divisão de Aquacultura e Culturas Perenes da Fepam, Giovana Rosatto Santi, destacou as competências dos municípios e do Estado, conforme a Resolução Consema nº 372/2018, explicando que a gestão da mata atlântica só acontece se os municípios forem conveniados, se não o licenciamento volta ao Estado. A profissional também explicou aos gestores a estrutura necessária para os municípios poderem licenciar.

Conforme Giovana, a nova Instrução Normativa vai estabelecer que o órgão ambiental deve possuir equipe técnica apta a elaborar laudos e pareceres que subsidiarão os atos de licenciamento, dotada de profissionais vinculados ao próprio ente municipal ou a consórcio de municípios, em número compatível com as demandas de ações administrativas a serem delegadas. Já sobre a Reserva Legal, Giovana abordou durante o painel a análise da Fepam a respeito da autorização de supressão de vegetação nativa em imóveis rurais e sobre a análise do termo de cooperação com os municípios.

Saúde e educação

Em relação a área da saúde, atualizações foram repassadas aos gestores sobre o andamento de pautas do setor pelo coordenador técnico da Famurs, Paulo Azeredo. Conforme dados públicos, os municípios têm financiado, em alguns casos, mais de 37% dos custos da Saúde, como é o caso de Condor. O mínimo estabelecido para aplicação para os municípios é 15%. Segundo Paulo, “gastar mais não significa que estamos melhorando a saúde, mas pagando a conta. No caso do Estado, o mínimo previsto constitucionalmente é 12%, mas, na prática, estão sendo aplicados apenas 9,6% dos recursos da área”, afirma ele.

Durante o painel, Paulo também falou sobre a demanda reprimida e a judicialização da saúde, que já custou aos cofres públicos R$ 3,7 bi em ações judiciais. Na oportunidade, ele orientou que os gestores busquem o poder judiciário e mostrem a realidade dos municípios, para que não sejam penalizados, mesmo quando não são os responsáveis pela demanda.

Em relação a educação, a coordenadora de Educação da Famurs, Fátima Ehlert, participou do painel e trouxe atualização sobre as pautas mais relevantes da área, como o direito universal à educação, inclusão e recuperação, destinação de recursos a partir de desempenho, escola em tempo integral e cursos ofertados pela Escola Famurs. Além disso, o especialista em Direito Tributário, Fernando Luz Lehnem, tratou sobre a regulamentação do SAERS e a distribuição de recursos aos municípios.

A Amuplam apresentou as seguintes demandas na Missão Municipalista

–  Cálculo ICMS da educação;

–  Convênio mata atlântica e reserva legal;

–  Acesso asfáltico ao município de Nova Ramada;

–  Recapagem de trecho da ERS-514 que dá acesso ao município de Ajuricaba;

–  Recapagem de trecho da ERS-522 que dá acesso ao município de Jóia.